domingo, maio 08, 2005
Terreiro das Portas do Sol
O Terreiro das Portas do Sol que já se chamou Largo Serpa Pinto e hoje se chama Largo General Humberto Delgado já existia em 1582. A designação Portas do Sol está relacionada com o facto de se situar numa das entradas para o arrabalde voltada para Nascente.
No século XVII, e como alternativa à Praça Nova, aqui se faziam mercados de géneros alímentícios.
Os mesteres do Povo diziam, em 1662, que "nesta vila havia anos se tinha feito praça na Porta do Sol, para nela se venderem todas as coisas de comer, de pão e frutas verdes e secas", pois os vendedores "não queriam ir vender á Praça Nova de cima, á vila (...) em respeito de ser muito longe" e ser por isso "bem comum do povo, assim para os que vinham a vender como para a gente desta vila e de fora e das passageiras, por estar em meio das estradas". (Ora aqui está um dos motivos para a saída da população da vila de cima para o arrabalde e consequente despovoação do Castelo).
Para suprir a falta de géneros alimentícios, em 1673, a Câmara obrigou a que todos os sábados, se fizessem, na Porta do Sol, as vendas de galinhas, frangos, ovos, queijos grandes e pequenos, caça e outros géneros alimentícios sem, que para isso, os mercadores tivessem que ir à almotaçaria mostrá-los antes de os vender.
Nos séculos XVI e XVII, aqui haviam paços de venda de cereais.
Era aqui também que, pelo menos desde o século XVII, e até há algumas décadas se faziam mercados de trabalho. Em 1670 a Câmara de Montemor proibiu os trabalhadores agrícolas de se irem oferecer para trabalhar, enquanto os "cegadores de fora" aí estivessem. Os cegadores de fora eram trabalhadores que vinham do norte ou da Beira trabalhar sobretudo por altura das ceifas e que ganhavam menos que os trabalhadores locais. Daí a preocupação da Câmara em separar os dois grupos de modo a evitar a subida de salários dos trabalhadores de fora.
Actualmente aqui se encontra o monumento aos combatentes de Montemor falecidos na I.ª Guerra mundial.
Fonte: Fonseca, Jorge (2000) - "Toponímia e urbanismos em Montemor-o-Novo (séculos XV-XIX)", in Almansor, N.º 14, 1.ª série;
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