segunda-feira, outubro 20, 2008

terça-feira, outubro 14, 2008

O Areias



Pequeno esclarecimento para pessoas preocupadas com a minha integridade moral e política:

Não fui eu que fiz este lindo vídeo. Encontrei-o por acaso no Youtube. Não tenho a culpa de encontrar estas pérolas, enquanto vagueio pelas memórias musicais da minha infância!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Há 9 anos

calava-se a mais brilhante voz de Portugal.




Há nove anos não era ainda fã de Amália e muito menos de fado.
Mas lembro-me muito bem do dia em que a Amália morreu. Acho que foi a partir daí que comecei a ouvir fado e a gostar.

Nessa altura estava eu a começar o meu segundo trabalho depois de ter terminado a licenciatura.

Era tão jovem e inocente e cheia de sonhos!

Esse trabalho deveria ser o sonho de qualquer jovem arqueólogo. Uma escavação num dos primeiros sítios portugueses considerados pela Unesco como património da Humanidade. Ainda por cima muitissimo bem pago. Se daqui por 10 anos ganhar aquilo que ganhava nesse sítio (cujo nome não deve ser pronunciado), considero-me realizada!

Deveria ser um sonho mas foi um pesadelo.

Tudo o que não se deve fazer numa escavação ali era feito.

Milhares e milhares de contos gastos numa escavação cujos resultados nunca viram a luz do dia. Nem um relatório foi produzido.

Uma cidade (cujo nome também não deve ser pronunciado) horrorosa. Feia, suja, triste, fria e húmida. Tão fria e tão húmida que passei os seis meses que lá estive doente.

Aguentei seis meses.
Depois despedi-me. Nessa altura, com o Alqueva e o Côa, trabalho era coisa que não faltava.
Uma das coisas mais sensatas que fiz na minha vida. Dinheiro nenhum paga a consciencia tranquila. E eu não a tinha, porque apesar de fazer aquilo que me mandavam, sabia que estava a fazer autênticos crimes contra o património. E não era um património qualquer. Era um património da humanidade.

Memories!!!

Tudo isto para dizer que foi nessa terra que comecei a ouvir e gostar de Amália.
Foi a única coisa boa daquela terra horrorosa.

Outra coisa boa foi ter conhecido a antiga directora do sitio onde escavei. Uma verdadeira senhora e um poço de sabedoria.