quinta-feira, abril 28, 2005
Terreiro do Corro
O Terreiro do Corro é, na minha opinião, uma das mais bonitas praças do centro histórico da cidade. No século XVI e XVII era também chamada de Corro dos Touros, uma vez que era aqui que se realizavam as corridas de touros durante as principais festas da então vila de Montemor, nomeadamente na festa do Corpo de Deus. Aquando das corridas a praça era rodeada de paredes de madeira transformando-se num recinto fechado.
Em 1858, por decisão da Câmara, a praça assume novas funções. Aqui se passam a realizar os mercados de fruta e de hortaliça, pelo que o recinto é mandado terraplanar e arborizar. Devem datar dessa altura as grandes palmeiras que se podem ver na foto e que actualmente constituem já parte do património toponímico, uma vez que este terreiro é actualmente conhecido pela população montemorense como Praça das Palmeiras
terça-feira, abril 26, 2005
Ex-voto
A Ermida de Nossa Senhora da Visitação, possui uma interessante colecção de ex-votos que vão desde o século XVIII até ao século XX. Um dos mais interessantes retrata a fuga dos presos da cadeia de Montemor em 1883.
Nessa altura a cadeia era no piso inferior do edifício da Câmara Municipal, e como se pode ver a estrutura do edífio pouco mudou á excepção do fecho da porta de onde saíram os presos, e onde actualmente funcionam os serviços de contabilidade do município. Até a rua em frente ao edíficio que se pode observar pela porta da cadeia continua igual. A um nível mais alto e com guardas em ferro.
O ex-voto foi encomendado pelo então carcereiro Joaquim António Geraldo e por sua mulher Mariana Rita por forma a agradecerem a Nossa Senhora da Visitação "por os ter posto a salvo do grande prigo que curerão no dia 12 de abril de 1883, pela invasão dos presos da cadeia d'esta villa de Monte-mór o Novo"
segunda-feira, abril 25, 2005
FOI HÁ 31 ANOS
Porque esta data merece e merecerá sempre ser recordada.
Foi há 31 anos que Portugal, e Montemor em particular, se libertaram do jugo da ditadura. Foi há 31 anos que Portugal descobriu a liberdade que à tantos anos lhe tinha sido roubada. PARABÉNS PORTUGAL por este dia livre, "levantado e principal" e por todos os dias livres que se lhe seguiram!
OBRIGADO a todos quantos participaram, com as suas armas e com os seus cravos vemelhos, nesse dia especial.
OBRIGADO a todos os homens e mulheres incógnitos, que na sombra, souberam lutar para que um dia, o 25 de Abril acontecesse.
Que o 25 de Abril se mantenha sempre na memória dos portugueses, assim como os tempos antes dele!!!
Este post é especialmente dedicado à memória de dois homens (irmãos) especiais:
Manuel Luís dos Santos
(um dos muitos incógnitos militantes anti-fascistas)
e
José Adelino dos Santos
(assassinado há 46 anos quando participava, á frente de uma manifestação de 400 pessoas contra a burla eleitoral das eleições onde concorreu o General Humberto Delgado e que por isso não pôde saborear os ventos da liberdade que o 25 de Abril conseguiu)
sábado, abril 23, 2005
Abençoado trabalho
terça-feira, abril 19, 2005
A Rua de D. Vasco e a sua Casa Torre
Casa-torre da Rua de D. Vasco
Ao contrário do que muitos montemorenses pensam, Vasco da Gama não pernoitou nesta casa e muito menos o nome da rua é em sua homenagem. Aqui viveu sim D. Vasco de Mascarenhas, fidalgo do século XVI e irmão do influente alcaide-mor da vila D. fernão Martins de Mascarenhas, personagem de que um dia espero vir a tratar neste blog.
No início desta rua podemos observar uma interessante casa torre quinhentista com janela tipicamente manuelina.
segunda-feira, abril 18, 2005
Montemor-o-Novo
ao amanhecer
num dia de nevoeiro...
e num perfeito dia de sol.
Nota: todas as imagens foram tiradas do Castelo e a primeira é de autoria do Lisdengard do Heródoto.
quinta-feira, abril 14, 2005
Para os amantes do pão alentejano e outros gulosos
Dia 15, Sexta-feira
9.00 h /18.00 h - Workshops para as escolas do concelho:Doçaria Conventual - Dália Rosa, Doçaria Conventual Alentejana - Alcácer do SalPão Tradicional - Ermelinda Rosa Martins - Câmara Municipal de Montemor-o-NovoBombons de Chocolate - Susete Carvalho - Évora“Vamos Pintar … Bolachas!” - Chazz, Salão de Chá - Montemor-o-Novo19.00 h - Abertura da 2ª Feira do Pão e Doçaria de Montemor-o-Novo ao público21.30 h - Animação Musical com “Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Novo”23.00 h - Encerramento
Dia 16, Sábado
10.00 h - Abertura ao público 17.30 h - Concurso de Doçaria Conventual o público é convidado a provar e a participar na votação do concurso 21.30 h - Entrega de prémios do Concurso de Doçaria Conventual21.30 h - Animação Musical com Grupo Coral “Vozes de Almodôvar”23.00 h - Encerramento
Dia 17, Domingo
10.00 h - Abertura ao público16.30 h - Animação Musical com o Grupo de Cante Tradicional Alentejano “Os Almocreves”- Portel21.00 h - Encerramento da Feira
quarta-feira, abril 13, 2005
Lenda das Arcas
“Entre escombros na rudeza
De vetusta fortaleza,
Batidas de vento agreste,
Empedrenidas, cerradas,
Há duas arcas pejadas
Uma de oiro outra de peste.
Ninguém sabe ao certo qual
Das duas arcas encerra,
O fecundo manacial
Que fartará de oiro a terra
Mesquinha de Portugal;
Ou qual, se mão imprudente
Lhe erguer a tampa funérea
Vomitará de repente
A fome, a febre, a miséria,
Que matarão toda a gente
Sempre que o povo faminto,
Maltrapilho e miserando
Fosse ele cristão ou moiro,
Entrou no tosco recinto,
Para salvar-se arrombando
A arca pejada de oiro
Quedou-se os braços erguidos,
O olhar atónito e errante,
Sem atinar de que lado
Vinha morrer-lhe aos ouvidos
Uma voz agonizante
Entre ameaças e gemidos.
“Ó povo de Montemor,
se estás mal, se és desgraçado
Suspende toma cuidado,
Que podes ficar pior!”
E nestas proplexidades
E eternas hesitações
Hão-de passar as idades,
Suceder-se as gerações
E continuar na rudeza,
Batidas de vento agreste,
Empedrenidas, cerradas,
As duas arcas pejadas,
Uma de oiro, outra de peste.”
De vetusta fortaleza,
Batidas de vento agreste,
Empedrenidas, cerradas,
Há duas arcas pejadas
Uma de oiro outra de peste.
Ninguém sabe ao certo qual
Das duas arcas encerra,
O fecundo manacial
Que fartará de oiro a terra
Mesquinha de Portugal;
Ou qual, se mão imprudente
Lhe erguer a tampa funérea
Vomitará de repente
A fome, a febre, a miséria,
Que matarão toda a gente
Sempre que o povo faminto,
Maltrapilho e miserando
Fosse ele cristão ou moiro,
Entrou no tosco recinto,
Para salvar-se arrombando
A arca pejada de oiro
Quedou-se os braços erguidos,
O olhar atónito e errante,
Sem atinar de que lado
Vinha morrer-lhe aos ouvidos
Uma voz agonizante
Entre ameaças e gemidos.
“Ó povo de Montemor,
se estás mal, se és desgraçado
Suspende toma cuidado,
Que podes ficar pior!”
E nestas proplexidades
E eternas hesitações
Hão-de passar as idades,
Suceder-se as gerações
E continuar na rudeza,
Batidas de vento agreste,
Empedrenidas, cerradas,
As duas arcas pejadas,
Uma de oiro, outra de peste.”
Poema do conde de Monsaraz
segunda-feira, abril 11, 2005
Algumas gárgulas em Montemor
domingo, abril 10, 2005
Notícia de última hora
O que antes estava assim...
Portal de Santa Maria do Bispo
Agora está assim...
Santa Maria do Bispo
Foram finalmente retirados os dois muretes de cimento que desfiguravam o magnífico portal manuelino da primitiva Igreja matriz de Santa Maria do Bispo, no Castelo.
Há mais de um século atrás, quando a câmara decidiu dividir o castelo por talhoes e vender esses talhões a agricultores, várias foram as ruínas que devem ter sido desvirtualizadas ou até mesmo destruídas. este era um dos mais flagrantes casos. Esta igreja foi transformada em redil de ovelhas. Como o portal em pedra era demasiado grande para ser fechado, foram-lhe colocados dois muretes como suporte para uma porta em madeira. Mais tarde, quando a Câmara voltou a adquirir esses talhoes, "essas" ovelhas foram retiradas tal como a porta de madeira. Os muretes continuaram ali até á semana passada, altura em que foram retirados por operários da Câmara.
Finalmente podemos admirar em todo o seu esplendor um dos ex-libris da cidade e o símbolo da actual Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Bispo.
Portal de Santa Maria do Bispo
Agora está assim...
Santa Maria do Bispo
Foram finalmente retirados os dois muretes de cimento que desfiguravam o magnífico portal manuelino da primitiva Igreja matriz de Santa Maria do Bispo, no Castelo.
Há mais de um século atrás, quando a câmara decidiu dividir o castelo por talhoes e vender esses talhões a agricultores, várias foram as ruínas que devem ter sido desvirtualizadas ou até mesmo destruídas. este era um dos mais flagrantes casos. Esta igreja foi transformada em redil de ovelhas. Como o portal em pedra era demasiado grande para ser fechado, foram-lhe colocados dois muretes como suporte para uma porta em madeira. Mais tarde, quando a Câmara voltou a adquirir esses talhoes, "essas" ovelhas foram retiradas tal como a porta de madeira. Os muretes continuaram ali até á semana passada, altura em que foram retirados por operários da Câmara.
Finalmente podemos admirar em todo o seu esplendor um dos ex-libris da cidade e o símbolo da actual Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Bispo.
quinta-feira, abril 07, 2005
Rua Direita
Rua Direita
A Rua Direita aparece pela primeira vez referida em 1422, altura em que é mandada calçar pela Câmara. Este melhoramento só era aplicado, na época medieval, ás principais ruas ruas da urbe, facto que explica o calçetamento da rua ainda nos ínicios do século XV. Esta era uma das mais importantes ruas do arrabalde montemorense, uma vez que ligava directamente as partes alta e baixa do arrabalde, sendo também a mais larga e, provavelmente a mais movimentada.
Era por isso habitada por gente abastada que durante a época manuelina foram construindo habitações de dois pisos, como é um dos exemplos a foto que se segue.
(Na época medieval era também chamada de Rua dos Carvoeiros ou do Carvoeiro)
Casa manuelina
O nome da rua rua não tem assim nada a ver com o facto de ser uma rua direita, mas sim com o facto de ligar directamente, e por entre um emaranhado de pequenas ruelas, dois pontos importantes da vila medieval, extra-muros, de Montemor-o-Novo.
Programação Cultural
Mais um fim-de-semana recheado de bons eventos culturais em Montemor-o-Novo:
Sexta-feira - espectáculo de dança "Amar Amália"
Sábado - Festival inter-céltico com os "Luarnalubre" da Galiza
Domingo- Festival inter-céltico com os "Danu" da Irlanda
Tudo no cine-teatro Curvo-Semedo.
E é já no próximo fim de semana que temos a feira do pão e da doçaria...
Sexta-feira - espectáculo de dança "Amar Amália"
Sábado - Festival inter-céltico com os "Luarnalubre" da Galiza
Domingo- Festival inter-céltico com os "Danu" da Irlanda
Tudo no cine-teatro Curvo-Semedo.
E é já no próximo fim de semana que temos a feira do pão e da doçaria...
terça-feira, abril 05, 2005
domingo, abril 03, 2005
S. Pedro da Ribeira (3)
S. Pedro da Ribeira (2)
S.Pedro da Ribeira (1)
S. Pedro da Ribeira
Embora possivelmente de fundação anterior, a Ermida de S. Pedro que hoje conhecemos é obra de 1511, como o atesta uma lápide fundacional.
No seu interior possui um fabuloso fresco datado de inícios de quinhentos com a figuração de S. Pedro, sentado no trono pontifício soberbamente decorado, benzendo com a mão direita e segurando as chaves simbólicas com a esquerda.
Muito interessante, embora pictoricamente menos apurado, é a paisagem que rodeia o trono com cenas quase idílicas da vida campestre e peri-urbana. Segundo Túlio Espanca é possível que a muralha que aparece numa das cenas seja a representação do Paço dos Alcaides e da vila intra-muros.
Apresentaremos de seguida alguns pormenores deste fresco, alusivos sobretudo à vida no campo que, segundo Manuel Branco, pode ser entendida como uma alegoria à paz e prosperidade da vila na altura do rei D. Manuel.
São Pedro
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