é de escavar.
O que eu também gosto muito, mas não tanto como escavar, é dirigir uma escavação.
A sensação de chegar a uma sondagem e poder escavá-la o dia inteiro sem interrupções é maravilhosa.
Dirigir uma escavação com várias sondagens a serem escavadas ao mesmo tempo e com uma equipa de 20 a 30 pessoas é complicado, cansativo e tira-me muitas vezes o prazer de escavar.
É a sensação de não se pertencer a lado nenhum.
Posso começar a escavar numa sondagem, mas depois chamam-me da outra, e depois faltam sacos, ou fichas, ou o material não está em condições, ou tenho de ir buscar alguém, ou, menos vezes felizmente, levar algum para o hospital. E quando se chega à sondagem onde estávamos já lá está mais alguém a escavar o nosso buraquinho, ou aquilo que estávamos a escavar já foi escavado. Vamos depois para outra sondagem e a história repete-se.
Eu costumo muitas vezes dar nomes ás sondagens pelas pessoas que coordenam a escavação dessas sondagens. A sondagem do M., a Sondagem do A, do U. da V. e por aí adiante. E a minha sondagem qual é? São todas e não é nenhuma.
Depois é a questão da responsabilidade. Dos voluntários que têm que ter condições mínimas para escavar, dos OTL. que tem horários diferentes e de 15 em 15 dias tem que se fazer relatório, dos cadernos de campo que têm que ser impreterivelmente feitos todos os dias e por vezes demora-se mais de duas horas, é a alimentação, dormidas seguros, a preocupação constante se falhou o registo de informação importante e toda a imensa logística que implica fazer uma escavação arqueológica.
È evidente que não estou sozinha em todas estas tarefas, mas é muito desgastante para todos nós.
E perdem-se tantas coisas giras que acontecem numa escavação. Tanta coisa e tantas histórias que nos passam ao lado e que depois ao longo do ano se vão sabendo. Tantos amores de Verão…
Esta conversa toda para dizer que o que eu gosto mesmo é de escavar, sobretudo se for à sombra como hoje foi.
Este ano só vou marcar sondagens à sombra, quero lá saber.
O sol não mata mas queima e bem.
Não que eu me queime que eu sou fanática de protector solar factor 50+. E depois uma coisa que me irrita e me mexe com o sistema nervoso é certas pessoas andarem ao sol, sem camisola e sem protector solar. Cambada de irresponsáveis…
E os joelhos que não querem estar dobrados e as malditas vertigens. Sim porque isto de ter um quarto de século tem muito que se lhe diga...
Hoje, no 1º de Maio, cheguei a casa cansada, suja, com o corpo pesado mas com a alma leve. Não, não estive a trabalhar. Estive a divertir-me a fazer aquilo que realmente gosto.
Eu já disse que gosto muito de escavar???
Sábado e Domingo há mais.
Amanhã há Sig. Ai!!!!!!
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2 comentários:
Se gostas assim tanto de escavar, o meu avô tem lá uma hortazinha... tás à vontade!!!
Quanto ao protector 50+ tb sou fã e acho mto bem... 2 dias de praia com 0+ vim de lá branquinha tal qual como fui... mas protegida!
Agora até já fazem 50+ em spray, o que significa que podes ir atrás desses malandros que escavam sem camisa e dar umas bombadas... eles não dão por nada e só lhes faz bem!
E isso de ter um quarto de século, hummm quem é que tu pensas que enganas... toda a gente sabe que tu já fizeste os 26!!! lol
Qdo chegares á minha idade é que vais ver como é... contagem decrescente para os 30, essa bonita idade. Já só faltam 24 dias!
Amori
Eu não disse que gosto de cavar....
As hortas cavam-se. Os sítios arqueológicos escavam-se.
Estás enganada com a minha idade. É só no próximo ano é que faço os 26 anos. Prometo que para o ano faço 26 anos. Mas por enquanto deixa-me lá estar com os meus 25 anos ok?
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