No início do século XVI D. Manuel ensaia em Montemor um projecto de urbanismo para o arrabalde. Nesta altura a vila intra-muras, embora já em decadência, deveria ainda encontrar-se superpovoada, situação que, aliado ao crescimento populacional a que se assistiu nesta altura, favoreceu este novo projecto. O rei ordena então que “se possam construir casas de um dos lados do Rossio, não ultrapassando a estrada Lisboa-Évora e entre São Sebastião (junto à Igreja do Calvário) e Santo António (penso que seria junto ao actual Convento de S. Domingos) ” (1). O juiz, provedor e vereadores de Montemor foram depois ao terreno delimitar essa linha que ia desde a estrada de Évora até à Porta de S. Tiago, na muralha, fixando assim os limites do arrabalde e do Rossio. À excepção de alguns equipamentos colectivos, estes limites encontravam-se, até à construção da urbanização de S. Domingos, praticamente intactos. Segundo ordens do rei a construção de novas casas deveria ser feita de cima para baixo, ou seja das muralhas para o arrabalde. Explicitando bem que esta se tratava de um iniciativa puramente urbana, o rei ordena que não se dessem terrenos para quintais maiores que aqueles que seriam necessários para fazer uma casa.
Esta é assim, ao que sabemos, a primeira iniciativa de controlo urbanístico em Montemor-o-Novo.
(1) in “Montemor-o-Novo quinhentista e o foral manuelino”, pág.91
quarta-feira, junho 08, 2005
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